sexta-feira, 19 de junho de 2009

Matéria do Diário de Santa Maria
FRANCISCO DALCOL

Agora o bicho vai pegá.O músico Érlon Péricles solta essa frase com o gosto de quem fala de algo que se realizou. Santa Maria, enfim, recebe o show de um grupo nativista premiado que se formou quando um bando de músicos partiu daqui para Porto Alegre – o Buenas e M’espalho.É claro que, há dois anos, quando tudo começou, nenhum deles poderia imaginar o que aconteceria. O grupo surgiu como uma reunião de amigos, um projeto despretensioso que tinha mais a intenção de celebrar a parceria do que de sair por aí chamando atenção. Mas foi justamente o que aconteceu.Quando os músicos fizeram de um apartamento em Porto Alegre sua “república musical”, logo começaram a ser apontados como uma “jovem guarda do nativismo”. Afinal, ali, reunidos, estavam começando a escrever um novo capítulo da música tradicional gaúcha em pleno século 21.– Isso tudo é muito simpático, mas sabemos que tem muita gente andando junto nessa ideia. Basicamente, nosso lance é o que chamamos de bombacha da modernidade. Todos temos a tradição gaúcha, mas também convivemos com computadores, Internet, MP3, celular e toda informação que temos hoje. E, musicalmente, também temos influências de ritmos latinos e MPB – diz Érlon, que nasceu em São Luiz Gonzaga e deixou Santa Maria há cerca de dois anos e meio.Em novembro de 2008, o Buenas traduziu suas ideias em músicas lançando o CD Bombacha da Modernidade pelo Studio Master, de Santa Maria. No disco, estão reunidos os talentos de Érlon, Cristiano Quevedo (que também viveu em Santa Maria), Ângelo Franco e Shana Müller. O grupo é completado pelos músicos Felipe Barreto (violão), Marco Michelon (bateria), Paulinho Goulart (acordeom) e Felipe Álvares (baixo) – os dois últimos já moraram em Santa Maria.Açorianos – Em abril, no prêmio Açorianos de Música, o Buenas saiu na frente levando seis das 12 indicações nas quatro categorias do gênero Regional. As outras foram para nomes como Luiz Carlos Borges, Mano Lima e Os Monarcas. O Buenas acabou se dando bem, levando duas das quatro categorias em Regional: melhor disco (A Bombacha da Modernidade) e melhor instrumentista (o baixista Felipe Álvares).Desde 2007, quando o projeto foi criado, o Buenas participou de programas de TV como Galpão Crioulo (RBS TV), Galpão Nativo (TVE) e Sem Fronteiras (Record) e logo começou a percorrer o Rio Grande do Sul. Os shows passaram pela Expointer (Esteio) e pelos festivais Laçador do Canto Nativo (Porto Alegre), Aldeia da Música do Mercosul (Gravataí), Semana Farroupilha de Alegrete e a Califórnia da Canção Nativa (Uruguaiana) – neste, venceram com a composição Céu na Terra pelo Rio.– Tudo isso mostra que o Buenas é um projeto em que a união faz a força. Começamos meio que por celebração e acabou ficando sério – diz Érlon.

francisco.dalcol@diariosm.com.br

EM RESUMO- O quê: show de lançamento do CD A Bombacha da Modernidade- Quando: sexta-feira, 20h30min, duração de 90min- Classificação: livre- Onde: Theatro Treze de Maio (Praça Saldanha Marinho, s/nº, fone (55) 3028-0909)- Quanto: R$ 20, R$ 15 (Clube do Assinante do Diário e sócios do Theatro Treze de Maio) e R$ 10 (estudantes e idosos)